Bloqueio Continental
O Bloqueio
Continental foi um decreto datado de 21 de novembro de 1806, que consistia
em impedir o acesso a portos dos países dominados pelo Império
Francês a navios do Reino Unido da Grã
Bretanha (Inglaterra) e Irlanda. Com isso, o principal objetivo era isolar economicamente as Ilhas
Britânicas, sufocando suas relações comerciais.
Napoleão justificou tal violação do direito internacional como uma
represália à ação de bloqueio dos portos franceses por navios da Marinha do
Reino Unido. Mas, para que o Bloqueio
Continental tivesse total eficácia, a França dependia de que todos os países da
Europa aderissem à ideia, e para isso era necessária a adesão de todos os
portos localizados nos extremos do Continente. Os portos dos impérios russo,
austríaco e português eram os quais Napoleão precisava para seu êxito total no
decreto. O acordo de Tilsit, firmado com o Czar Alexandre I da Rússia em julho
de 1807, garantiu o encerramento do extremo leste da Europa. Agora faltava o
extremo Oeste, onde ficavam os portos das cidades de Lisboa e do Porto,
pertencentes ao império português. O
Governo de Portugal se recusava a aderir ao bloqueio devido à sua aliança com a
Inglaterra, da qual era extremamente dependente. Suas riquezas vinham de suas
colônias, principalmente do Brasil. Com um reino decadente, Portugal não tinha
como enfrentar Napoleão.
A Inglaterra
reagiu, e em janeiro de 1807 foram emitidas algumas ordenanças que
institucionalizaram o comportamento da Marinha Real Britânica com relação aos
navios neutros que tinham como destino os portos franceses. Os navios abordados
em alto-mar eram capturados e vendidos em leilão, além de ter toda a carga
sequestrada. Como resultado, as mercadorias coloniais desapareceram dos
mercados dos países que aderiram ao bloqueio.
Em agosto de 1807, Napoleão enviou um ultimato ao Príncipe Regente de
Portugal, D. João (que viria a se tornar D. João VI). Ou ele rompia com a Inglaterra, ou Portugal seria invadido pelas
tropas francesas. Mas, a Inglaterra ofereceu proteção à Família Real
Portuguesa e forçou D. João á aceitar o embarque para o Brasil. (Leia: a Vinda da
Família Real Portuguesa para o Brasil). O bloqueio ficou mal visto pelas nações
“aliadas” à França e isto contribuiu para reduzir o prestigio de Napoleão nas
terras por ele conquistadas.
Fonte: https://www.infoescola.com/historia/bloqueio-continental/, em
22/06/2020
A Vinda da Família Real para o Brasil
A vinda da família real portuguesa para o Brasil ocorreu
em 28 de novembro de 1807 e a comitiva aportou no Brasil em 22 de janeiro de
1808. O refúgio no Brasil foi uma
manobra inédita do Príncipe-Regente, D. João, para garantir que Portugal
continuasse independente quando foi ameaçado de invasão por Napoleão
Bonaparte. Para garantir o êxito da
transferência, o reino de Portugal teve apoio da Inglaterra, que também
auxiliou na expulsão das tropas napoleônicas.
Por que a Família
Real veio para o Brasil?
Em 1806,
Napoleão Bonaparte decretou o bloqueio continental determinando que os países
europeus fechassem os portos para os navios da Inglaterra. Enquanto isso, negociou secretamente o
Tratado de Fontainebleau (1807) com os espanhóis que permitiria os franceses
atravessar a Espanha para invadir Portugal. Em troca, o reino espanhol poderia
se apoderar de um pedaço do território português. Portugal não aderiu ao bloqueio
continental devido à longa aliança política e
comercial com os ingleses e, por este motivo, Napoleão ordenou a conquista,
ocorrida em novembro de 1807. Antes
disso, em 22 de outubro de 1807, o príncipe regente D. João e o rei da
Inglaterra Jorge III (1738-1820) assinaram uma convenção secreta que transferia
a sede monárquica de Portugal para o Brasil.
Neste mesmo documento, ficava estabelecido que as tropas britânicas se
instalariam na ilha da Madeira temporariamente. Por sua parte, o governo
português comprometeu-se em assinar um tratado comercial com a Inglaterra após
fixar-se no Brasil. O príncipe
regente, Dom João, determinou que toda a família real seria transferida para o Brasil.
Também viajariam os ministros e empregados, totalizando 15,7 mil pessoas que
representavam 2% da população portuguesa.
Atualmente, estes números estão sendo revistos, pois muitos
historiadores consideram a cifra exagerada.
Embarque
Foram
necessários oito naus, três fragatas, três brigues e duas escunas para o
transporte. Outros 4 navios da esquadra britânica acompanhavam a corte. Além das pessoas, foram embarcados no dia 28
de novembro de 1807, móveis, documentos, dinheiro, obras de arte e a real biblioteca.
Aos que ficaram, lhes foi aconselhado receber de maneira pacífica os invasores
para evitar derramamento de sangue. O
general Junot (1771-1813), comandante da invasão, ficou em Lisboa até agosto de
1808 quando foi derrotado pelos ingleses. A partir daí, Portugal era governado
pelo Conselho de Regência integrados por fidalgos do reino.
Travessia
A viagem
ocorreu em condições insalubres e durou 54 dias até Salvador (BA), onde
desembarcou no dia 22 de janeiro de 1808. Na capital baiana foram recebidos com
festas e ali permaneceram por mais de um mês.
No período em que esteve na Bahia, o Príncipe Regente assinou o Tratado
de Abertura dos Portos às Nações Amigas e criou a Escola de Cirurgia da Bahia. No dia 26 de fevereiro, a corte partiu para o
Rio de Janeiro, que seria declarada capital do Império.
A chegada
no Rio de Janeiro ocorreu em 7 de março de 1808. Havia poucos alojamentos
disponíveis para acomodar a comitiva palaciana e muitas residências foram
solicitadas para recebê-los. As casas
que eram escolhidas pelos nobres recebiam em sua fachada a inscrição P.R., que
significava "Príncipe Regente" e indicava a saída dos moradores para
disponibilizar o imóvel. No entanto, a
população interpretou a sigla, ironicamente, como "Ponha-se na
Rua".
Consequências
Quartéis e
conventos também foram usados para acomodar a corte. A mudança da Família Real
e sua comitiva contribuiu para significativas mudanças no Rio de Janeiro, pois
foram realizados melhoramentos e levantados novos edifícios públicos. O mesmo ocorreu com o mobiliário e a moda.
Com a abertura dos portos, o comércio foi diversificado, passando a oferecer
serviços como o de cabeleireiros, chapeleiros, modistas. D. João também abriu a Imprensa Régia, de onde
surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Foram criadas a Academia da Marinha, a
Academia Militar, o Jardim Botânico, a Real Fábrica de Pólvora, Laboratório
Químico-Prático, etc.
Vida
Cultural
A arte,
contudo, está entre os setores que mais recebeu impacto da transferência da
corte. A Real Biblioteca de Portugal foi transferida integralmente de Lisboa
para o Rio de Janeiro, em 1810. O acervo
inicial, de 60 mil volumes, era composto por livros, mapas, manuscritos,
estampas e medalhas e foi a base para a atual Biblioteca Nacional. Para o entretenimento dos integrantes da
corte, foi fundado em 1813 o Real Teatro São João, onde atualmente se encontra
o Teatro João Caetano. Na música, o
compositor português Marcos Portugal se encontrou com um talento a altura do Padre
José Maurício, e dessa rivalidade, surgiram as mais belas melodias nas
Américas. Com o fim das guerras
napoleônicas, vários artistas franceses se veem sem
trabalho e recorrem a Dom João para seguir suas carreiras. Tem início, assim, a
chamada Missão Francesa que possibilitou a abertura da Escola Real de Artes
Ciências e Ofícios.
Tratado de
Aliança e Amizade, de Comércio e Navegação
A fim de
estreitar os laços comerciais e políticos com os ingleses, Dom João assina, em
1810, o Tratado de Aliança e Amizade, de Comércio e Navegação com o Reino
Unido. Este Tratado estabelecia: o direito da extraterritorialidade. Isto
permitia aos súditos ingleses que cometesse crimes em domínios portugueses
serem processados por magistrados ingleses, segundo a lei inglesa; a permissão
para construir cemitérios e templos protestantes; a segurança de que a
Inquisição não seria implantada no Brasil e, desta maneira, os protestantes não
seriam incomodados; vantagens comerciais. O imposto de importação de produtos
ingleses seria de 15%, ou seja, os produtos portugueses, 16%, e os demais
países, 24% em nossas alfândegas. O
compromisso do fim do tráfico negreiro em vistas da abolição da escravidão.
Fonte:https://www.todamateria.com.br/a-vinda-da-familia-real-para-o-brasil/, em
22/06/2020.
Leia os textos com atenção antes de responder. Utilize
outra folha para responder as questões e ponha nome, série e número nessa folha
e na folha de respostas. Responda com capricho e procure explicar
detalhadamente em suas respostas, com base nos textos.
1 – Qual era o objetivo principal do
Bloqueio Continental decretado por Napoleão Bonaparte?
2 – Por quais razões Portugal não
acatou ao Bloqueio Continental?
3 - Qual o interesse dos ingleses em
proteger a Corte portuguesa?
4 – De que forma o governo português
resolveu o problema da falta de acomodação para a Corte Portuguesa?
5 – O que aconteceu com a cultura do
Rio de Janeiro, com a presença da família real portuguesa?
videoaula: https://www.youtube.com/watch?v=Xf0yV7EXTMU
Videoaula: https://www.youtube.com/watch?v=ptUthglDhbM
Videoaula: https://www.youtube.com/watch?v=2N5wBvpgyXE&frags=pl%2Cwn
Filme: “Carlota Joaquina a princesa do Brasil”.
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